FUNDAMENTALISMO ECONÔMICO

Em todas as formas de fundamentalismo se prevalece à máxima eu tenho razão e sou dono da verdade, se pensam diferente de mim, não tem razão.
As nações mais resignadas à globalização norte-americana estão sendo globalizadas à força, incluem-se aqui as nações islâmicas que rejeitam o fundamentalismo econômico promovido pelos Estados Unidos e é seguido por todos os periféricos globalizados do não reconhecimento do outro. Os islâmicos têm no Capital seu Deus Supremo, para eles ao homem é dado gerenciar de forma tão sabiamente quanto possível os dons e dádivas. Por desconsideração total por fatores de cunho social-humanitário, é absolutamente inaceitável, uma vez que um dos primeiros preceitos do Islã é que “Existe um único Deus”, que é precisamente o Deus de Moisés, Abraão, Isaque e Jacó, ou seja, o mesmo Deus dos cristãos.
No fundamentalismo econômico praticamente não se considera a religiosidade, exceto se ela corrobora ou homologa os preceitos econômicos e do apego às posses materiais como sendo a meta suprema. Por romper com o marco da globalização moderna, pregar e praticar propósitos diferentes daqueles do fundamentalismo econômico, tornou-se desinteressante ao capitalismo, por isso, é combatido com violência no Afeganistão, no Iraque, na Chechênia e onde mais se manifeste. Vivemos o momento em que o fundamentalismo econômico impõe seus valores.
Tecnicamente onde possível. À bala onde necessário. O fundamentalismo econômico apresenta total devoção unicamente ao mercado de capitais; a preocupação social fica miseravelmente na falsa propaganda e em plano zero em sua prática.
Fundamentalismo de livre mercado ou fundamentalismo de mercado  expressão usada pelos críticos do capitalismo sobre a crença de que mercados livres proporcionam a maior equidade e prosperidade possível, e qualquer interferência nos processos de mercado reduz o bem-estar social, ou seja, livres-mercados seriam capazes de resolver todos os problemas que afetam uma sociedade. É também, empregada pejorativamente, para combater os chamados defensores radicais das virtudes dos "livres mercados", já que significa liberalismo econômico levado ao extremo.
Os críticos da atitude "fundamentalista de mercado" reconhecem que “mercados perfeitos” produzem resultados benéficos a uma sociedade e deve operar livremente, mas eles raramente são encontrados na vida real, e os "mercados imperfeitos", normalmente, produzem resultados negativos, portanto, devem ser regulamentados. De maneira geral, o FMI estava defendendo políticas chamadas, alternativamente, de doutrinas neoliberais ou de fundamentalismo de livre mercado, baseadas em um entendimento incorreto das teorias econômicas e uma interpretação inadequada de dados históricos.
São citadas como "fundamentalistas" as inabaláveis crenças de que os livres mercados maximizam a liberdade individual e, portanto, se torna o único meio de promover o crescimento econômico. É atribuída a estes a famosa crença de que os mercados tendem a um equilíbrio natural (graças à “mão invisível”) e que os interesses da sociedade são atingidos quando os participantes podem perseguir seus próprios interesses. Esta ideia era chamada de laissez-feire no século XIX e nos dias atuais é chamada de fundamentalismo de livre mercado. A principal característica da retórica dos fundamentalistas de livre mercado consiste em afirmações dogmáticas de que a economia neoclássica nos forneceria uma explicação científica e matemática dos fenômenos econômicos, explicação essa a que os fundamentalistas de livre mercado elevam à condição de uma verdade científica absoluta e alegar que quem discordar delas não é um verdadeiro economista. A influência do fundamentalismo de livre mercado nos debates de políticas públicas levou ao surgimento de um movimento radical.
Os neoliberais tendem a enfatizar em sua confiança nas políticas escolhidas, a mistura de hipóteses implícitas e ocultas em mitos sobre a história do desenvolvimento econômico de seus próprios países e em interesses próprios, para isso, fazendo uso do artifício de linguagem que modifica a expressão do pensamento, em nome de um falso bem comum.
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Fontes
GUDDENS, Anthony, 1998: "Depois de paralisia da esquerda." New Statesman, 01 de maio, p.18, apud BALL-PETSIMERIS, Susan - A Política Urbana sob o Novo Trabalhismo: um novo amanhecer?

SOROS, George. A Crise de Relações Públicas capitalismo global, 1998.

STIGLITZ, Joseph. Redefinição do papel do estado – o que deveria fazer? Como fazê-lo? E como essas decisões devem ser feitas? Artigo apresentado no 10º Aniversário do MITI Research institute, em Tóquio, março de 1998.